quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema 18


O amor de inverno tem raízes profundas, anuncia as florestas virgens por desbravar,
os pomares fecundos por devorar e os campos de flores por eclodir. Esta é a forma perfeita
do corpo: o ressurgir das cinzas, o húmus fértil. Renasço em ti. Sinto irromper a força no peito,
nos braços, nas mãos, nos dedos. A impaciência dos dias formigando nos meus gestos,
a vontade indómita de te agarrar por dentro, a curiosidade de saber por que sorris tão lentamente.
Hoje sei que o teu amor me protege e nutre contra os rigores do inverno. Hoje sei que consigo
escrever de coração leve e feliz. Hoje sei que a poesia é a forma perfeita da alma e do coração.


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