quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema 07


O que germina na sombra tem mais sede. E o seu coração pulsa num rumor selvagem
adivinhando os lugares secretos onde a lua oculta as minhas sombras. Nem os pássaros
pressentem a sofreguidão com que a luz perpendicular me devora as asas.
O veneno amnésico que se liberta das rosas destruídas pelos meus passos,
quando o ar sustenta um olhar mais demorado que encontra desprevenidos
os meus pensamentos mais secretos e serenos. É perigoso ser feliz. Tudo em nós
se torna mais frágil, mais dócil e mais transparente; desperta a ferocidade dos bichos.

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