quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema 17


Libertas os sentidos ocultos do corpo, segregas os odores lunares, embriagas-me.
Deixas que a noite me revele a razão verdadeira de seres eternamente mulher.
Oiço o chamamento sussurrado pela tua voz. Perco-me em ti. Busco instintivamente
na árvore da sabedoria, a mnemónica ancestral do rituais que te incendeiem o desejo.
Percorro lentamente o teu corpo – a boca os lábios o pescoço os seios o ventre as coxas
o sexo –. Perco-me em ti. Os nossos dois corpos entrelaçam-se, fundem-se, completam-se.
Secreto e puro, surge o amor, incorruptível pelas palavras sibilinas que anunciam o pecado.


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