quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema 13


Não explico porque me guiam os ritmos lunares e o oculto rumor do sangue.
Mas, enquanto dormia, feridas vagarosas sorveram a frescura da minha boca,
impossibilitando a nomeação das coisas do mundo. Talvez, talvez o espanto
me tenha desalinhado os pensamentos mais secretos ou a ignorância não seja
suficiente para dar leveza ao coração. Não explico porque me foi marcado o corpo
com carreiros de cinza e os olhos cobertos de sal. Mas, enquanto sonhava,
o ar tornou-se mais compacto, impossibilitando a natural propagação da luz.


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