quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema 15


Suspendo o movimento do mundo e recentro meridianamente o meu corpo vegetal.
Mas um fogo ácido corroí-me a garganta, enquanto expando a voz através do ar,
enquanto evoco o teu nome húmido. Tudo em mim pede água, todo o corpo converge
para a boca. Sempre soube a sede como o mistério de encontrar as fontes mais secretas.
Por vezes ocorre-me que pactuas com o mar, resgatando-lhe a memória ou talvez o silêncio.
Nesses momentos, vejo a tua profunda alma azul. Pudesse eu somente ser um pássaro
absurdo com asas vegetais, e respiraria todo o azul do mundo, demoradamente.



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