quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Poema 11


Vai ficando de mim uma breve história de mágoas. Retrato a preto e branco que acentua
as sombras da alma. Roupa envelhecida e molhada. Tenho que perder o hábito
de pôr à prova a minha coragem, de me lançar ao mar e esperar que um barco passe.
Saber a geometria exata de todos os caminhos possíveis entre duas casas,
quando o calor nos dilacera e analisa o corpo armazenando-o em frágeis e
pequenos frasquinhos de essências. Os passos rápidos mas inseguros com que corro
atrás de mim, deixando um trilho fresco de verdura acabada de semear.


Sem comentários:

Enviar um comentário